Confiança Excessiva: Quando a Certeza Nos Cega Para os Riscos
- Ivana Siqueira
- 9 de abr.
- 2 min de leitura

Confiar demais nas próprias capacidades ou na infalibilidade de nossos planos pode ser uma armadilha sutil. Em "Rápido e Devagar", Daniel Kahneman ilustra como a confiança excessiva pode distorcer nossa visão de mundo, nos fazendo ignorar possíveis obstáculos e riscos. Este fenômeno não só afeta decisões pessoais mas também tem implicações significativas em ambientes corporativos e políticos.
Explorando a Confiança Excessiva
A confiança excessiva acontece quando nossa autoavaliação supera a realidade. Esse otimismo pode ser benéfico, nos impulsionando a assumir riscos e a perseguir oportunidades. Contudo, quando não é fundamentado em uma análise crítica, pode nos levar a decisões mal calculadas e potencialmente desastrosas.
Exemplos Cotidianos e Impactos Maiores:
No cotidiano: Um motorista que acredita ser capaz de enviar mensagens de texto sem afetar sua habilidade de dirigir pode causar um acidente grave.
Nas empresas: CEOs que lançam produtos sem pesquisa de mercado adequada, convencidos de seu sucesso, podem ver suas empresas sofrerem perdas significativas.
Na economia global: A crise financeira de 2008 é um exemplo macroscópico de confiança excessiva, onde muitos no setor financeiro superestimaram a estabilidade do mercado e subestimaram os riscos de produtos financeiros complexos.
Por que Caímos Nessa Armadilha?
A confiança excessiva está frequentemente ligada ao nosso desejo de sucesso e à pressão para manter uma imagem positiva diante dos outros. Além disso, nosso próprio sucesso passado pode nos fazer crer erroneamente que estamos menos suscetíveis a falhas futuras. Este viés é alimentado pela incapacidade do Sistema 1, o pensador rápido do nosso cérebro, de processar adequadamente informações que contradigam nossas crenças estabelecidas.
Estratégias para Cultivar um Realismo Saudável:
Feedback constante e diversificado: Cultive uma rede de colegas e amigos que possam oferecer perspectivas críticas sobre suas ideias e planos.
Análise de cenários negativos: Regularmente dedique tempo para explorar o que pode dar errado, além do que pode dar certo. Isso pode ajudar a preparar planos de contingência eficazes.
Humildade intelectual: Reconheça e aceite que não importa quão experiente ou bem-sucedido você seja, sempre há novas coisas para aprender e sempre há espaço para erro.
A confiança excessiva pode ser como andar em uma corda bamba sem rede de segurança. Enquanto nos movemos confiantes de um lado para o outro, ignorando o potencial de queda, podemos não perceber o quão alto estamos até que seja tarde demais. Abrir espaço para dúvida e crítica não é apenas uma salvaguarda contra o fracasso, mas um passaporte para um crescimento genuíno e sustentável. Assim, da próxima vez que você se sentir supremamente certo de um curso de ação, dê um passo atrás e pergunte-se: "O que estou deixando de ver?"
Este post foi inspirado pelo livro Rápido e devagar: Duas formas de pensar de DANIEL KAHNEMAN
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