top of page

Você vive uma obsessão amorosa?

Atualizado: 19 de mai. de 2019



Para a maioria das pessoas, o amor é um sentimento maravilhoso, que significa a união entre duas pessoas que se sentem como uma só. Entretanto, para outras, o amor se torna uma obsessão, e surge um desejo maníaco de possuir a outra parte. Os sinais mostram pessoas inseguras e ciumentas, cujas relações com outras pessoas estão ressentidas; elas se sentem obcecadas pela pessoa que desejam, e a espreitam fisicamente ou através de outros meios.

Chamamos de obsessão quando um pensamento ou sentimento se manifesta de forma persistente, frequente e causa sensações perturbadoras.

Quando alguém fala do ciúme corrosivo do parceiro ou daquela necessidade de vasculhar cada centímetro da vida da pessoa - não é amor, mas obsessão patológica. É difícil ver uma pessoa com esse tipo de comportamento, pois a própria não se reconhece obcecada pelo seu objeto de adoração.

As sementes psicológicas das obsessões amorosas são plantadas no início da vida, quando sofremos abuso manifesto e velado dos que amamos. A dependência que se torna sadia torna-se mórbida.

O comportamento disfuncional dessa pessoa se intensifica quando o objeto de seu amor se afasta ou ameaça em fazê-lo. A intensidade da obsessão amorosa costuma ser diretamente proporcional às necessidades supostamente não-satisfeitas durante a infância.

A obsessão intensa muitas vezes acompanha a baixa autoestima.

Amantes obsessivos cultivam a ilusão de que o relacionamento dependente "resolverá" seus medos. 


Existem três tipos de manifestação das obsessões:


1. Traço de personalidade

Sabe aquela pessoa chata, repetitiva, monótona ou monotemática? Ela tem o hábito de ruminar assuntos, se fixar em acontecimentos do passado e não consegue sair daquele ciclo interminável de lamentos, reclamação e azedume.

Essa pessoa se mostra sempre do mesmo jeito e não gosta de muitas variações emocionais. Se ela pudesse escolher nunca mudaria a rota para casa ou trocaria de trabalho ou parceiro amoroso. O princípio que rege sua vida é segurança e estabilidade, sem os quais sucumbe num mar de terror pessoal.

2. Patologia compulsiva


Nesse caso a obsessão se transforma num tipo de comportamento doentio que se manifesta numa busca desordenada de um tipo de satisfação seja ela alimentar (bulimia, anorexia), sexual (parafilias) ou comportamental (TOC).

O comportamento da pessoa se torna bizarro e fixado numa vida secreta em que só pensa sobre o alvo de sua obsessão.

As pessoas com transtorno obsessivo têm baixa autoestima devido a experiências vividas na infância, que criam um vazio emocional e faz com que elas acreditem no amor de outra pessoa. São dominadas por uma sensação de que, se possuírem o outro, todos os seus problemas estarão resolvidos.

São pessoas que podem ver ou conhecer alguém e sofrerem um grande impacto, de forma a não parar de pensar nesse momento e nessa pessoa. Criam sentimentos de carinho em relação a essa pessoa e acabam fantasiando sobre ela.

3. Defesa emocional


Nesses casos a obsessão é um mecanismo de defesa que a mente cria como se fosse uma coagulação em torno de uma ferida. A dor subjacente é tão grande que ocorre uma blindagem para que se possa “superar” a dor da perda.

No término de um relacionamento é muito comum a pessoa sentir o “cheiro” da pessoa que se foi como se fosse realidade, como um pequeno delírio. Nessa hora ela pensa insistentemente como se o próprio pensamento fosse suficiente para trazer a pessoa amada de volta. Inclusive alguns rituais mágicos são feitos com o objetivo de trazer a pessoa de volta.

O problema é que algumas pessoas se paralisam nesse pensamento repetitivo e não conseguem seguir em frente totalmente incapacitadas para viver a vida com frescor, alegria e leveza. Elas alegam que o problema foi o impacto do término sobre suas vidas, mas nem se deram conta que elas próprias se agarraram no pedaço velho de árvore lançado ao mar como se fossem náufragos em potencial. Nesses casos é muito comum perceber que existe um problema um pouco mais grave para ser administrado e não é só reza brava ou um bom conselho que conseguem remediar.

A própria pessoa admite que não consegue (ou não quer) seguir em frente. Nessa hora precisa encarar que não é um problema do ex que foi embora, mas da própria personalidade que resiste a seguir em frente.

Como tratar uma obsessão

Assim como outros transtornos psicológicos, é importante enfrentar a situação, mas para isto, a própria pessoa que sofre do transtorno obsessivo deve querer acabar com este distúrbio para resolver o problema. Para conseguir fazer isso, leve em consideração os seguintes conselhos:

– Afaste-se do problema e deixe a pessoa ir embora; isto é especialmente importante se você é um perseguidor obsessivo, pois se você quer mudar, você deve esquecer essa pessoa, seguir em frente e manter-se afastado, para que as lembranças não voltem à mente e a obsessão não cresça.

– Olhe o seu interior e entenda a postura do outro, porque é muito importante entender que o amor não é vinculativo e que não existe posse quando há amor, porque se a posse entra em jogo, é um sinal de alerta de que é uma obsessão e causará dano a si e aos outros ao redor. Por isso, você deve parar todos esses pensamentos e distrair-se com outra coisa.

– Fomente a confiança, pois a baixa autoestima é a causa deste transtorno; por isso escolha atividades que o ajudem a se sentir bem, porque lhe trarão confiança em si próprio e o ajudarão a livrar-se dessa pessoa e ser feliz..

– Escolha um passatempo do qual que você goste, isso pode ajudar a desenvolver uma capacidade que lhe dará mais confiança, levando-o a superar esse sentimento de impotência e depressão, canalizando toda a sua energia para se sobressair nesta atividade.

– Procure ajuda de familiares e amigos, se você tem um círculo positivo de amigos, o impacto também será muito positivo, e eles o apoiarão e ajudarão quando você assim precisar.

* Procure ajuda profissional e faça psicoterapia; o psicólogo irá te ajudar a identificar suas fragilidades emocionais, quando isso começou; trabalhará para desenvolver novos comportamentos e você aprenderá a atender suas necessidades emocionais de forma saudável. Ele irá ajudá-lo a lidar com o sofrimento que a obsessão produz.

Fonte:

Livro: Isto é amor ou obsessão? - Schaeffer, Brenda. http://www.sobreavida.com.br/2013/01/28/obsessao/ https://amenteemaravilhosa.com.br/quando-o-amor-se-torna-uma-obsessao/ http://www.marisapsicologa.com.br/amor-obsessivo.html

(Textos adaptados e compilados)


Esta postagem não substitui a psicoterapia.

Procure um profissional da área para ajudá-lo.


Ivana Siqueira

Psicóloga Clínica

CRP 05|40028


Rio de Janeiro - RJ

36 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page